"...A primeira coisa a fazer é esquecer a perfeição. Não temos tempo para a perfeição.
De qualquer forma, ela é inatingível: é um mito, uma armadilha,
uma roda de hamster que vai fazê-lo correr até morrer.
Como resumiu bem a escritora Rebecca Solnit: "Muitos de nós acreditam na perfeição,
o que estraga todo o resto, pois o perfeito não é inimigo somente do que é bom,
mas também do que é realista, possível e divertido.
O perfeccionismo impede as pessoas de terminarem seus trabalhos e,
o que é ainda pior, muitas vezes as impede de começarem seus trabalhos.
Perfeccionistas com frequência decidem de antemão que o produto
final nunca será satisfatório, então nem se dão ao trabalho de começar a criar.
Porém, a artimanha mais diabólica do perfeccionismo é se disfarçar de virtude.
Minha opinião, contudo é outra. Para mim, o perfeccionismo é apenas uma versão
de luxo, do medo. Acho que o perfeccionismo não passa do medo usando
sapatos chiques e um casaco de vison, fingindo ser elegante quando,
na verdade, está simplesmente apavorado. Pois debaixo daquela fachada brilhante,
o perfeccionismo nada mais é do que um profundo mal-estar existencial que afirma repetidamente:
"Não sou bom o suficiente nem nunca serei"".
Do livro Grande Magia de Elizabeth Gilbert