sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Amor = Sofrimento?


Amor = Sofrimento?

"Todos sofremos de amor: seja pela ausência, por medo dele, ou por medo de que
ele nos falte. Porque isso acontece? Porque sofremos tanto com algo
que deveria nos trazer felicidade? 
Quando morre alguém que amamos, sofremos. Quando alguém que amamos
nos é indiferente, sofremos. Quando morre o amor que nutrimos
por alguém, sofremos também. Esse sentimento é universal, e parece estar baseado numa
compreensão equivocada do que seja o amor.
Quando estamos carentes, vemos o amor pelo outro como uma táboa de salvação,
uma especie de transferência da responsabilidade pela nossa própria felicidade 
para o objeto de amor. Isso significa que, distraidamente delegamos ao outro a tarefa de nos
fazer felizes. Coitado do outro! Ele nem imagina onde está se metendo, nem suspeita
qual é o tamanho da missão que, sem aviso, nós delegamos a essa pessoa.

Acredito que isso aconteça porque não compreendemos a natureza do amor.
Não sabemos nada sobre ele, que não esteja condicionado 
pela emocionalização da nossa ignorância e pelos  nossos condicionamentos culturais.
Não conseguimos pensar além dos valores que a sociedade nos impõe, e essa
limitação torna-se uma fonte inesgotável de sofrimento.

O amor é transformado num sentimento por conta da nossa interpretação pessoal,
tingida por condicionamentos e lembranças, valores sociais, e a imagem
distorcida que temos de nós mesmos.
Como projetamos nosso passado no presente o tempo todo, o amor parece 
evaporar-se depois de pouco tempo. Consequentemente sofremos, ficando a mercê
da próxima queda no abismo da montanha russa emocional".

Pedro Kupfer



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